Presente – parte 1

presente
Foto: (via)

A sexta-feira chegou, finalmente, mas não trouxe nenhuma novidade. Como todos os outros dias, meu despertador tocou pontualmente às 06 horas da manhã, me fazendo lembrar que meu aniversário não era nada de especial para o mundo. Resolvi dormi mais um pouco e acabei me atrasando. Me arrumei às pressas e fui correndo para parada, mas quase perdi o ônibus que me levaria para o outro lado da cidade.

Na metade do caminho, como se não bastasse a super lotação, o motorista gritou “quebrou, pessoal”. “Que belo presente, vida”, pensei. Só consegui chegar na universidade quase duas horas depois do previsto, o que não era nada bom para o meu boletim já repleto de faltas.

Passei o dia todo tendo que escolher entre faltar aula ou fazer algum trabalho de outra disciplina, almoçar ou estudar para uma prova, fazer anotações na aula ou dormir. Parecia que o dia não podia ficar mais difícil, mas ficou. Assim que sai de uma prova, vi o carinha que estava ficando a um tempo e bingo! Ele estava atracado a outra garota.  Definitivamente, era o pior aniversário da minha vida.

No fim do dia, recebi vários convites para ir a festas, mas neguei, dessa vez eu queria ir à praia e foi para lá que eu fui. Quando cheguei lá, me sentei na areia, próxima das pedras, e fiquei vendo todas aquelas pessoas passarem por mim, tão felizes que me senti leve.

Talvez as coisas tivessem dado errado para que no fim dessem certo. E foi enquanto pensava nisso que vi algo que roubou meus pensamentos (talvez não só eles) era a coisa mais linda que já vi na vida. Devia ter bem mais que 1,80, era moreno da cor do pecado e tinha o olhar mais desconcertante do mundo. “Acho que, esse era o meu presente”, pensei. Mas essa é uma outra história.

 

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